segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ebook “Para Entender as Mídias Sociais” será lançado dia 25 de abril

Na próxima semana, será lançado o e-book Para Entender as Mídias Sociais, um projeto colaborativo que reúne autores de todo o Brasil, com diferentes abordagens sobre o assunto. Tive a satisfação de fazer parte do projeto, colaborando com um artigo sobre mídias sociais e coberturas colaborativas. Tem muita gente interessante no livro, que é todo organizado pela Ana Brambilla, mestre em Comunicação e pesquisadora da área. Abaixo reproduzo o material de divulgação do e-book.

Obra reúne 36 autores e terá download gratuito

Nos últimos dois meses, pesquisadores e profissionais de mídias sociais de diversas áreas reuniram-se, de modo voluntário, para a produção do ebook “Para Entender as Mídias Sociais”. O lançamento acontece no dia 25 de abril, segunda, às 17h, com a divulgação do link para download gratuito da obra nos sites:
Com o objetivo de estimular o debate em torno deste universo em plena ascensão, o livro é composto por artigos curtos, cada um deles abordando temas que atravessam as redes de relacionamento como Política, Educação, Celebridades, Jornalismo, Mobilidade, Relevância, Mercado de Agencias e tantos outros.
A publicação está dividida em 5 núcleos: Bases, sobre plataformas, linguagens, tecnologias e ambientes por onde as redes acontecem; Mercado, enfatizando assuntos ligados à comunicação e empresas; Redação, com foco ao uso das mídias sociais pelo jornalismo e seus desdobramentos; Persona, dedicado à cultura pop e seus sub-produtos e, por fim, Social, tocando em temas fundamentais para a sociedade que estão presentes de modo significativo nas redes de relacionamento.

O PROJETO
A iniciativa do projeto é da jornalista e mestre em comunicação Ana Brambilla, que assina a organização da obra. A publicação terá licença Creative Commons, sendo permitida a cópia e livre distribuição do ebook, desde que para fins não comerciais e com citação da fonte.
A capa do livro é criação do designer Rogério Fratin que, assim como os autores e a organizadora, fez todo o trabalho sem qualquer remuneração.
O modelo, conhecido como “flashbook”, é original do livro eletrônico “Para Entender a Internet”, promovido pelo pesquisador de mídias digitais Juliano Spyer, durante a Campus Party de 2009.
É o próprio Juliano Spyer quem assina o prefácio do livro, que conta, ainda, com apresentações de Edney Souza, sócio-fundador da agência Pólvora e da pesquisadora Raquel Recuero, autora do livro “Redes Sociais”.

PRÓXIMOS PASSOS
Mais do que um ebook, “Para Entender a Internet” deve se tornar um projeto em constante progresso. Em compatibilidade ao modelo aberto das redes sociais, a iniciativa também deve dar espaço para outros profissionais e pesquisadores que tenham as mídias sociais como foco. Para isso, basta submeter uma proposta de artigo em um dos blogs acima citados. Os temas e textos serão avaliados com vistas à publicação de um segundo volume.



TEMAS E AUTORES – Mídias Sociais e...

NÚCLEO BASES
… Mídias Sociais Conectadas e Social Machines  /  Walter Lima
... Orkut ou Facebook?  /  Rafael Sbarai
... A “Morte” dos Blogs  /  Alexandre Inagaki
… Design  /  Rogerio Fratin
... Mobilidade  Carril Fernando
… Games  /  Rafael Kenski
... Social Media Day  /  Caroline Andreis

NÚCLEO MERCADO

... Mercado de Agências  /  Gil Giardelli
... Segmentação  /  Guilherme Valadares
... Marcas  /  Eric Messa
... Viralização  /  Ian Black
... Buzz  /  Thiane Loureiro
… Métricas e Avaliação de Resultados  /  Ricardo Almeida
… Universo Corporativo  /  Carolina Terra
 Mercado Editorial  /  Nanni Rios

NÚCLEO REDAÇÃO

… Narrativas Digitais  /  Pollyana Ferrari
... Jornalismo   Ana Brambilla
… Coberturas Participativas  /  Luciana Carvalho
… Relevância  /  Rodrigo Martins
… Relacionamento com o Leitor   Nívia Carvalho
... Tempo-Real no Jornalismo  /  Barbara Nickel
... TV  /  Filipe Speck

NÚCLEO PERSONA

... Celebridades  /  Ivan Guevara
… Moda  /  Gisele Ramos
… Esportes  /  Willian Araújo
... Música / Katia Abreu
… Fakes  /  Jorge Rocha
... Narcisismo  /  Susan Liesenberg

NÚCLEO SOCIAL

... Política  /  Marcelo Soares
... Administrações Públicas  /  Ivone Rocha
... Questões Jurídicas   Rony Vainzof
... Mobilização Social   Fernando Barreto
... Educação  /  Bianca Santana e Carolina Rossini
... Movimento Hacker   Rafael Gomes
... Classes Populares  /  João Carlos Caribe

domingo, 17 de abril de 2011

Dissertação para download

Ontem fiz o upload da dissertação no 4shared, para quem tiver interesse em baixar o arquivo. Aqui está o link para fazer o download. Abaixo, o resumo do trabalho.

Resumo:

Esta dissertação possui como contexto a crise de legitimação institucional que ocorre na sociedade atual e afeta o papel de mediação do jornalismo informativo, potencializada pelas práticas interativas das mídias sociais digitais, com suas possibilidades de participação, compartilhamento e distribuição de informações pelo público. Essa lógica se contrapõe ao modelo de transmissão da mídia de massa que tem marcado o processo de legitimação do jornalismo. O problema de pesquisa é “que estratégias de legitimação institucional emergem no conteúdo das mensagens postadas pelo jornal Zero Hora no Twitter?”. O objetivo geral é compreender as estratégias utilizadas pelo jornalismo informativo com vistas a obter legitimação institucional por meio do uso das mídias sociais digitais. Os objetivos específicos são reconhecer os usos institucionais do Twitter por Zero Hora; identificar as estratégias de legitimação institucional emergentes nas postagens de Zero Hora no Twitter; observar como Zero Hora desenvolve seu papel de mediação informativa no uso do Twitter como mídia social; analisar a relação entre o papel de mediação do jornalismo e as características desintermediadoras das mídias sociais digitais. A metodologia é híbrida com caráter qualitativo, utilizando análise de conteúdo (AC), entrevista semi-estruturada e observação participante na redação de Zero Hora. A análise de conteúdo (AC) foi realizada em dois corpora relativos a coberturas jornalísticas realizadas por Zero Hora com um intervalo de um ano entre elas. Os resultados da AC foram cruzados com os dados provenientes da observação participante e das entrevistas, relacionando-se as análises ao referencial teórico. Os principais usos do Twitter encontrados relacionam-se às categorias de difusão de informações, participação, compartilhamento e conversação, em que emergem estratégias de legitimação institucional do jornalismo. A análise indica continuidades e possíveis rupturas no processo de legitimação do jornalismo informativo na passagem da lógica de emissão centralizada da comunicação de massa para a lógica interativa e descentralizada da mídia social digital. Comparando-se os dois corpora de análise foi possível observar uma transformação no papel de mediação da organização jornalística no Twitter, com uma crescente apropriação das possibilidades de participação da mídia social digital, em que o público é cada vez mais incluído.
 Palavras-chave: estratégias de comunicação; legitimação institucional; jornalismo informativo; mídias sociais digitais; Twitter

sábado, 16 de abril de 2011

Mídia social ou mídia social digital

Durante o trabalho de dissertação, uma das questões que mais me perturbaram conceitualmente foi a noção de mídia social. Como tudo que está acontecendo na internet hoje é muito novo e cercado muito mais de dúvidas do que de certezas, não foi fácil encontrar uma base sólida de conceitos para me ancorar quando falava do twitter. 
Para quem não sabe, minha dissertação tem como título "Legitimação institucional do jornalismo informativo nas mídias sociais digitais: estratégias emergentes no conteúdo de Zero Hora no Twitter". Traduzindo do academiquês, minha proposta foi investigar as estratégias utilizadas por uma organização jornalística para se afirmar enquanto veículo de informação no ambiente das mídias digitais, e que acabam aparecendo no uso que ela faz do Twitter. 
Quis saber como se dá o tensionamento entre a lógica informativa (que é massiva, de transmissão) do jornalismo tradicional e a lógica descentralizada e não linear das mídias sociais, que delimitei como "mídias sociais digitais". Utilizei esta denominação, com o "digital", pois toda mídia, ou todo meio de comunicação, por essência, deveria ser "social". A diferença é que agora temos mídias sociais específicas da plataforma digital, e que possuem peculiaridades próprias desse ambiente digital, como é o caso das possibilidades de que a informação seja compartilhada, participativa, conversacional, em oposição ao caráter transmissionista da mídia de massa.


Assim, para mim, a mídia social digital é um fenômeno novo, típico da internet, que encontrou um terreno fértil a partir das possibilidades da web 2.0, quando o usuário passa a ser também produtor de conteúdo, autor, protagonista. Concordo com a Raquel Recuero quando ela diz que a mídia social já estava de algum modo presente nos primórdios da internet, com os fóruns, os ICQs da vida, as fanzines... No entanto, só hoje (de alguns poucos anos para cá) e com cada vez mais força a internet passa a ser muito mais dinâmica e plural, dependendo do interagente (usuário com poder ativo nas redes) para existir e continuar crescendo. 
E só nesta ambiência tecnossocial (tecnologia e sua apropriação pela sociedade) foi possível à mídia social se desenvolver; portanto, não acredito que tivéssemos mídia social antes de haver a mídia digital como a conhecemos hoje. Nos primórdios da internet, tínhamos possibilidade de comunicação em rede, poderíamos pensar em termos de redes sociais online, mas tínhamos mídia, no sentido de meio de comunicação, com um caráter social? Creio que não. Por mais que houvessem projetos e iniciativas de ruptura ao modelo massivo da mídia analógica, o alcance nunca foi além de pequenos grupos, sem querer menosprezar o valor histórico de qualquer projeto contracultural. Iniciativas assim podem ter dado a base, revelando um desejo latente das pessoas de fazer parte da cena midiática sem necessidade da mediação das grandes marcas jornalísticas, mas não creio que pudessem ser caracterizadas como mídia.
Hoje, um indivíduo, grupo, associação, organização etc pode passar a ser ouvido (a) pelo seu público e pela sociedade de um modo geral através de canais próprios na internet sem precisar passar pelo filtro editorial dos jornais e emissoras. Vide o exemplo do blog da Petrobrás, que criou tanta polêmica com os jornalistas e que foi bem visto pela maioria do público. Trata-se de uma organização que se faz presente na cena midiática por conta própria. Aí vejo a grande diferença.
Obviamente, as empresas, sejam elas informativas ou de qualquer outra natureza, procuram esses espaços conversacionais da mídia social digital, hoje, buscando valores que elas estavam acostumadas a buscar quando investiam na mídia tradicional. No entanto, como a lógica é outra, focada no relacionamento, no vínculo com o público, no engajamento, a organização rapidamente percebe que estar presente no meio digital não basta. É preciso um conjunto de estratégias que levem em conta a complexidade deste novo terreno. E este é um longo caminho que exige pesquisa, estudo e muita paciência...

Em breve, novos posts em que trarei alguns elementos e resultados da minha dissertação.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Palestrantes destacam a força do marketing de relacionamento

Em tempos de mídia digital e convergência, o marketing e a publicidade passam por uma transformação rápida e sem volta, fazendo com que as agências offline se digitalizem cada vez mais. Essa foi uma das reflexões que ficaram após a palestra Marketing Digital e Midias Sociais”, ministrada na manhã de terça-feira (12), na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pelos publicitários Luciano Azambuja e Alexandre de Mattos, das agências Vance e Relevance (Porto Alegre e Passo Fundo). As falas foram acompanhadas por alunos do curso de Publicidade e Propaganda da UFSM e profissionais de agências locais.
Luciano Azambuja falou sobre as tendências da publicidade hoje
Para Luciano, os profissionais da comunicação tem que admitir que não há mais como separar mídia tradicional de mídia online, pois uma depende da outra. A diferença é que é possível fazer uma campanha apenas na web, mas uma campanha que seja forte nas mídias de massa e ignore as mídias digitais corre mais risco de não dar certo. 
Alexandre destacou algumas possibilidades existentes na web que facilitam a aproximação das marcas de seus públicos. A interação direta e full time nas redes sociais online e a geração de conteúdo como forma de criar engajamento do público foram enfatizadas pelo profissional. O relacionamento é a chave do negócio.

Alexandre de Mattos enfatizou a importância do marketing de relacionamento

Fotos: Agência Vance

terça-feira, 12 de abril de 2011

O mundo enredado

Por que mídia em rede? O que é isso, afinal?
A ideia é que este blog seja um espaço para compartilhamento de informação e desenvolvimento de discussões sobre este período de transformações que vive a mídia. A mídia de massa não morreu, a mídia digital está com tudo. E elas, ao que tudo indica, têm muito a aprender uma com a outra. 
A força da mídia e da comunicação está, cada vez mais, nas pessoas interligadas, conectadas, em rede. Cada um é uma mídia com uma força capaz de destruir ou alavancar reputações em poucos segundos. As estruturas lineares do mundo analógico estão se dissolvendo, as hierarquias se desconstroem, o mundo se reorganiza. Jornalismo, publicidade, marketing, relações públicas, antes campos mais ou menos estanques agora se fundem, se chocam, e não há limites entre eles.
Eis o mundo em rede, da liberação do polo de emissão, da democratização das ferramentas de produção e distribuição de conteúdo, e das incertezas sobre onde isso tudo irá nos levar.
O jeito é acompanhar tudo, ler, aprender, testar, trocar ideia, compartilhar.
Vamos nessa?