Em termos de marketing digital, o que não faltam são gurus e suas bíblias com fórmulas mágicas. Todo dia, milhares de novos posts em blogs, artigos em revistas e livros totalmente dedicados ao assunto são disponibilizados de modo muito acessível e até gratuito. No entanto, quanto mais leio sobre o assunto, confrontando com o que vejo todos os dias em meu trabalho como analista de mídias sociais (embora eu atue muito mais como editora nessas mídias), mais dúvidas eu tenho sobre a maneira correta de se atuar nessas mídias.
Vou enumerar algumas aqui:
1. No Twitter, como encontrar o público que buscamos para o cliente e sua marca? Vejo esta como uma grande dificuldade, pois a descrição na bio dos usuários nem sempre traz informações quanto à cidade/região ou faixa etária, por exemplo. Assim, acabamos adicionando gente um tanto que a esmo, como forma de notificar a existência do perfil em questão, esperando sermos seguidos de volta. O problema é que não temos como filtrar melhor nosso público. Se no planejamento prometemos atingir o público tal, um número xis de seguidores, como cumprir em curto prazo, que é o que as empresas esperam?
2. Ainda sobre o Twitter, como fazer com que os usuários entendam a importância de incluir em seus RTs a hashtag de uma campanha? Ou então como lidar com a dificuldade dos seguidores no entendimento de regrinhas básicas de uma promoção? É um tal de retuíte para o link errado, de compreensão equivocada das regras da promoção, e por aí afora.
3. Falamos o tempo todo em engajamento, mas como entregar isso ao cliente se sua marca ainda é iniciante e não possui esse capital no "mundo offline"? O problema é que o cliente espera receber o retorno em pouco tempo, muitas vezes assinando um contrato de pouco tempo com a agência esperando resultados grandiosos.
4. No Facebook, um grande número de usuários ainda não entendeu direito o funcionamento de todas as funcionalidades, não sabe onde e o que "curtir" e a marca fica falando sozinha. É fácil falar em monitorar a conversa do público e a concorrência e participar da conversa. Mas e quando essa conversa não existe, simplesmente porque nem os concorrentes nem o público-alvo da marca estão nas mídias sociais? Parte-se totalmente do zero e para isso não há guru ou bíblia que indique um caminho.
5. Ainda sobre o Face, a regra é que se crie uma página de fãs (as fan pages) para marcas e negócios, no entanto muitas ainda usam o perfil como forma mais rápida de conseguir amigos, o que depois facilita na hora de transformar esse perfil em uma fan page (os amigos migram como fãs que curtiram a página). A dificuldade é semelhante a que ocorre no Twitter. Ao invés de seguidores, são os fãs o problema. Nem sempre o público do cliente (empresa, marca etc) nos dá as melhores pistas para que a gente o encontre por lá. E aí temos um monte de fãs que, na real, não são nosso verdadeiro público e não irão comprar o produto do nosso cliente, que no final das contas é o objetivo final do marketing.
São apenas algumas dificuldades típicas de quem trabalha com marcas e negócios pequenos, no interior. Imagino, no entanto, que seja a realidade para muitos gestores, analistas e editores de mídias sociais, que assim como eu sentem uma grande discrepância entre o que sugere a teoria e o que ocorre na realidade. Talvez o que me falte seja conhecimento de ferramentas que facilitem este processo e este post visa justamente trocar ideias. Aceito sugestões e críticas!
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